quarta-feira, 11 de abril de 2012

A ideologia e consciência mítica

A ideologia e consciência mítica
 
1.    Conhecimento Ideológico
•    Senso comum e bom senso:

    Senso comum é o conhecimento adquirido por tradição, herdado dos antepassados ao qual acrescentamos nossas experiências de vida;
    Não é refletido e se encontra misturado a crenças e preconceitos;
    É um conhecimento ingênuo (não crítico), fragmentário (porque assistemático) e conservador (resistente a mudanças);


2.    Conhecimento - A ideologia

    É importante como primeiro nível de conhecimento, porém, precisa ser superado em direção a uma abordagem crítica e coerente;
    Em outras palavras, o senso comum precisa ser transformado em bom senso (elaboração coerente do saber);
    Renunciamos ao exercício do bom senso quando nos submetemos ao poder dos tecnocratas, seduzidos pelo “saber do especialista”;

    Todos têm o direito, por exemplo, de informar-se ativamente a respeito do tratamento médico a que se acha submetido;

    Qualquer individuo, se não foi ferido em sua liberdade e dignidade, será capaz de elaborar criticamente o próprio pensamento e de analisar a situação em que vive. É nesse aspecto que o bom senso se aproxima da filosofia, da filosofia de vida;

    A Ideologia: é o conjunto de idéias concepções ou opiniões sobre algum ponto sujeito a discussão; a ideologia de um pensador, é a doutrina, o corpo sistemático de idéias e o seu posicionamento interpretativo diante de certos fatos.


A ideologia é apresentada com as seguintes características fundamentais:

1.    Constitui um corpo sistemático de representações que nos “ensinam” a pensar e de normas que nos “ensinam” a agir;
2.    Assegura determinada relação dos indivíduos entre si e com suas condições de existência, adaptando-os às tarefas prefixadas pela sociedade;
3.    As diferenças de classe e os conflitos sociais são camuflados, ora com a descrição da “sociedade uma e harmônica”, ora com a justificação das diferenças existentes;

 4.    Assegura a coesão social e aceitação sem críticas das tarefas mais penosas e pouco recompensadoras, em nome da “vontade de Deus” ou do “dever moral” ou simplesmente como decorrência da “ordem natural das coisas”;
5.    Mantém a manutenção de uma classe sobre outra.

É importante observar que a ideologia não é uma mentira que os indivíduos da classe dominante inventam para subjugar a classe dominada, porque também os que se beneficiam dos privilégios sofrem influência da ideologia. São consideradas naturais situações que na verdade resultam da ação humana.


Outros espaços de ação ideológica:
A ideologia se faz presente nos mais diversos campos de atuação. Um deles é a propaganda. Vivemos em uma época de consumismo explícito, em que as pessoas são levadas a comprar muito mais do que necessitam pressionadas por desejos artificialmente estimulados;

A propaganda não vende apenas produtos, mas também idéias. Compramos o “sonho americano”, o desejo de “subir na vida”, os estilos de vida, as convicções políticas e éticas que ali são veiculadas

O impacto do “mundo dos produtos” em nossas vidas tem se acelerado, na medida em que vem se acentuando o processo de globalização modelando uma cultura calcada na produção e no consumo;
Essa padronização na produção, que torna o mundo cada vez mais idêntico, corresponde um esforço de propaganda para tingir o público em todos os lugares.



Outro espaço possível de ação da ideologia é o da mídia, pela qual tomamos conhecimento do noticiário;
É preciso lembrar que quando temos acesso a uma notícia já estamos diante de uma escolha que fizeram por nós, porque outros acontecimentos são descartados como não tão importantes (ou convenientes) para serem divulgados.

A diferença entre a informação ideológica e a não-ideológica é que a primeira impede o pluralismo, veicula interesses e se transforma em instrumento de poder




Já a informação não ideológica está aberta à discussão e dispõe de espaços para opiniões
Os produtos culturais, os bens e os serviços à nossa disposição, as instituições como escolas, hospitais, fábricas, centros de cultura, imprensa etc,
podem ser um forma de alienação do mundo real ao nos passarem a ilusão de que as desigualdades sociais, econômicas, políticas e culturais são naturais e que não nos caberia mudá-las;

FIM






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